Tomar mate, levar marmita para o trabalho, usar transporte público ou bicicleta são alguns dos hábitos portenhos. Pensando nestas ações cotidianas as estilistas argentinas Tatá Rachi e Clari Querejeta criaram a grife de acessórios a Kitchenette.
cestinha de bicicleta removível |
kit toalha de pique-nique e bolsa para levar o mate (chimarrão) e a garrafa térmica |
lancheira para a marmita |
almofada para a garupa da bicicleta |
porta-coisas para a garupa da bicicleta |
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E o lifestyle paulistano e a moda?
Com as malas quase prontas para voltar para São Paulo e o final de ano batendo na porta é inevitável o clima de balanço e de comparações. Vou sentir muita falta do meu estilo de vida em Buenos Aires. A cidade é menor, plana, arborizada, o transporte público funciona, é barato, e boa parte das linhas ônibus circulam 24h por dia. Até nas baladas mais “coxinhas” a mulherada se equilibra no salto, ajeita a saia, forma fila indiana e faz sinal pro ‘colectivo’ na madrugada.
O Pedro Lourenço declarou para uma coluna social: "A mulher brasileira não tem vida urbana, não precisa de roupa para o cotidiano. Nem de bolsos, porque não toma metrô, joga todos os pertences no carro, que é sua cela." O carro virou um cômodo móvel da casa. E o que carro tem a ver com moda? A observação do designer foi a respeito de suas clientes, mulheres com alto poder aquisitivo, que além do carro devem ter um motorista. Contudo, vale a pena refletir sobre a frase muito bem colocada do estilista.
De maneira geral, a moda feita hoje no Brasil é pensada para a vida urbana? E para a vida urbana sem carro?
Em São Paulo é comum sair de manhã para trabalhar e seguir para a faculdade, curso, ou para um bar, e prolongar-se até a balada noite a dentro.
Como seria o figurino ideal para uma pessoa que tem o tempo preenchido de manhã até a noite? E para quem não tem carro? Teria bolsos? Seria feito de tecidos térmicamente confortáveis e resistentes? Bolsas anatômicas e fáceis de carregar? Sapatos confortáveis? Blusas e vestidos com bom caimento para levantar e abaixar o braço com conforto? Shorts e saias com um comprimento adequado para, por exemplo, não deixar espaço de pele para grudar no banco do ônibus nos dias de calor? E os bravos ciclistas paulistanos? O que falta acessórios lindos e mais baratos para eles?
E o seu dia-a-dia? Há uma demanda de uma moda utilitária, atrelada a qualidade e a praticidade? Que atenda as necessidades de uma vida “ao ar livre”? É essa a vanguarda da moda do nosso tempo? Acho que sim.
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