Heidi Slimane©
No mundo da moda consumimos Amy Winehouse a exaustão lá pelos idos de 2007 e 2008. O álbum "Back to Black", lançado em outubro de 2006, certamente embalou redações de veículos de imprensa por meses. Revistas, sites, programas de televisão reproduziram o visual pin-up da cantora em editoriais ou matérias. No you tube pipocam tutoriais de maquiagem que ensinam a reproduzir seu “make” .
A modelo brasileira Isabeli Fontana encarnou Amy Winehouse neste ensaio para Vogue Paris em fevereiro de 2008, clicado por Peter Lindbergh©
Campanhas publicitárias também a fagocitaram. Até a Chanel se rendeu. Karl Lagerfeld, era fã da cantora e com seu toque de midas disseminou a “Amymania”, quando na coleção de outono inverno 2008 propôs um look inspirado na diva.
Março de 2008: Amy no auge, entre Karl, as gêmeas Olsen e Bernard Arnault, o todo poderoso da LVMH
Chanel outono-inverno 2008
A modelo canadense Coco Rochas encarna a Amy delux da Chanel
Aqui no Brasil, serviu de inspiração para o catálogo da joalheria Guerreiro:
Magra, tatuada, com um cabelo escuro e muito volumoso no topo da cabeça, franjão, ostentava traços generosos de delineador nos olhos. Preferia saias, vestidos, shorts curtos e decotes. Gostava de marcar a cintura. Seu visual foi tão difundido que virou opção para festa a fantasia.
Ela se tornou um ícone fashion, sem precisar do respaldo grandes estilistas. Se formos analisar isoladamente, as roupas de Amy não tinham nada de inovador. Mas o visual se tornou genuíno porque somava a ingenuidade e juventude de uma menina em seus 20 e poucos, com o poder e a sensualidade de sua voz rouca.
Terry Richardson©
É indiscutível que a vitalidade vocal e a personalidade de Amy explodiram como uma bomba mundo da música e da moda, ambos sempre ávidos por unanimidades. Ultimamente, quando aparecem são moldadas por jogadas de marketing, clipes polêmicos, figurinos extravagantes. Têm seu valor de imagem, sim, porém, lhes faltam alma. Vozes como a de Amy, carregadas de emoção, e de inquietude, são raras.
Heidi Slimane©
Não fui uma devota de Amy, contudo, quando conheci seu trabalho incluí-la na lista de cantoras completas. Além da voz poderosa elas têm outras qualidades: sabem escolher repertório e bons músicos para acompanhá-las.
(Confindencio aqui que a minha lista é encabeçada por Elis Regina. Adoro ver suas fotos e shows, cabelo curtinho e sorriso sincero. Contudo, o que me impressiona toda vez que escuto é sua capacidade de cantar dando risada, chorando, ou com a respiração se esvaindo para dar ritmo dramático a música. E isso sem nunca desafinar uma nota. Também uma unanimidade. Também intensa).
É triste Amy morrer prematuramente, e vítima de suas próprias atitudes. Ao mesmo tempo, quando acontece uma tragédia dessas sempre se levanta a questão:
quanto a necessidade sádica que a sociedade tem de se divertir com a vida dos outros, e com desgraça alheia, afeta personalidades sensíveis e transparentes?
Parecia ser o caso de Amy Winehouse. E pra piorar a situação ela nasceu na Inglaterra, país exportador da imprensa sensacionalista. Basta ver o atual escândalo envolvendo o News of the World para ter uma noção do perseguição implacável que a cantora sofria. Sua produção musical foi minguando e acabou ofuscada pelas suas noitadas e preferências narcóticas.
Amy Winehouse não morre imaculada, mas deixa um legado de estilo. E haverá releituras. Unanimidades se tornam clássicos.
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A cantora M.I.A. outra garota cheia de estilo gravou uma música chamada "27", em homenagem a todos aqueles talentos que partiram com essa idade. Para ouvir clique aqui.
Ola...
ResponderExcluirEstou visitando o site pela primeira vez e gostei bastante ! Pretendo estar visitando sempre para estar sempre atualizado !
Parabéns e Sucesso !
www.okamix.com.br
Muito bom o post, e as fotos postadas da Amy também são incríveis!
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