Dois mil e onze começou! O fim de ano foi super corrido e não consegui escrever mais sobre a viagem à Europa. Agora chegou a hora de recapitular. Estive em Amsterdã , na Antuérpia, depois fui a Bruxelas e terminei a minha jornada em Paris. A Cidade Luz estava linda sob a neve. Encontrar poesia na paisagem foi a saída para lidar com o estorvo de patinar (sem patins) nas ruas, orquestrando bolsa, casaco e guarda-chuva. Ainda vou escrever mais sobre a Antuérpia, e sobre Paris, claro, mas me adianto um pouco agora no percurso e paro em Bruxelas.
Sempre quando estou em uma cidade desconhecida começo minhas caminhadas elegendo um museu básico e outro fora do circuito central para conhecer outra lado da cidade, menos povoado de turistas. A capital da Bélgica me encantou.
Na primeira escolha parte fui ao complexo de Museus que fica próximo a estação central de trem, onde visitei o Museu Real de Belas Artes da Bélgica. Por lá estava em cartaz uma exposição maravilhosa “Orientalismo na Europa: de Delacroix à Kandinsky”. Confesso que fui pensando no Kandinsky, porque me interesso mais pela arte a partir do final do século XIX. A exposição tinha apenas uma obra do Kandinsky, mas valeu a pena ver tudo e apreciar a interpretação e a admiração dos europeus pelo Oriente, até hoje tão misterioso. A mostra terminou no dia 09, mas ainda pode ser vista no site oficial.
Na primeira escolha parte fui ao complexo de Museus que fica próximo a estação central de trem, onde visitei o Museu Real de Belas Artes da Bélgica. Por lá estava em cartaz uma exposição maravilhosa “Orientalismo na Europa: de Delacroix à Kandinsky”. Confesso que fui pensando no Kandinsky, porque me interesso mais pela arte a partir do final do século XIX. A exposição tinha apenas uma obra do Kandinsky, mas valeu a pena ver tudo e apreciar a interpretação e a admiração dos europeus pelo Oriente, até hoje tão misterioso. A mostra terminou no dia 09, mas ainda pode ser vista no site oficial.
"Improvisation III", Wassily Kandisnsky, 1909
"Os Reis Magos", James Tissot, 1894
"Femmes D`Alger Dans Leur Intérieur", Eugéne Delacroix, 1847
"A morte de Cleóprata", Hans Makart, 1874
"Os Reis Magos", James Tissot, 1894
"Femmes D`Alger Dans Leur Intérieur", Eugéne Delacroix, 1847
"A morte de Cleóprata", Hans Makart, 1874
No mesmo prédio do Museu de Belas Artes está o Museu Magritte. Um acervo deslumbrante com boa parte dos trabalho desse artista belga que é um dos expoentes do movimento surrealista. É dele aquele quadro com um desenho do caximbo escrito “Ceci n´est pas une pipe” (Isto não é um cachimbo).
René Magritte fotografado por Duane Michals, 1965
cartaz publicitário, "Primevére", 1926
"Le Retour", 1940
"La Chambre D´Écoute", 1958
cartaz publicitário, "Primevére", 1926
"Le Retour", 1940
"La Chambre D´Écoute", 1958
Nas paredes dos museu estão escritas várias citações do artista. A que mais gostei foi:
"Être surréaliste, c'est bannir de l'esprit le `déjà vu ´ et rechercher le pas encore vu" (Ser surrealista é banir o espírito do já visto e procurar o ainda não visto). O trocadilho é legal porque a expressão “déjà vu”, usada para definir aquela sensação que vem do inconsciente de já ter vivido um momento. Inspiradora para a vida, né?
E olha só a moda tá sempre se relacionando com a arte. Lembrei desse livrinho da editora Assouline, chama "Moda e Surrealismo". A autora François Baudot comenta como o surrealismo influenciou a moda, da estilista surrealista Elsa Schiaparelli, até Jean Paul Gaultier nos anos 90. A capa é o "La Philosophie dans le boudoir", pintado por Magritte em 1948 e em seguida um vestido de Yves Saint Laurent e o quadro "En Souvenir de Mark Sennett", de 1934, também do artista belga.
"Être surréaliste, c'est bannir de l'esprit le `déjà vu ´ et rechercher le pas encore vu" (Ser surrealista é banir o espírito do já visto e procurar o ainda não visto). O trocadilho é legal porque a expressão “déjà vu”, usada para definir aquela sensação que vem do inconsciente de já ter vivido um momento. Inspiradora para a vida, né?
E olha só a moda tá sempre se relacionando com a arte. Lembrei desse livrinho da editora Assouline, chama "Moda e Surrealismo". A autora François Baudot comenta como o surrealismo influenciou a moda, da estilista surrealista Elsa Schiaparelli, até Jean Paul Gaultier nos anos 90. A capa é o "La Philosophie dans le boudoir", pintado por Magritte em 1948 e em seguida um vestido de Yves Saint Laurent e o quadro "En Souvenir de Mark Sennett", de 1934, também do artista belga.
Na parte “não central“ de Bruxelas descobri o Museu Horta. Trata-se da casa onde o arquiteto belga Victor Horta morava. Ele é um dos ícones do estilo Art Nouveau. O diferencial é que ele criou absolutamente tudo que está dentro dela.
O estilo Art Nouveau é intrigante porque é ao mesmo delicado, oriental, um pouquinho macabro e tem tudo a ver com a moda. Vou explicar bem en passant: o estilo surge na Belle Époque (final do séc. XIX e antes da primeira guerra) unindo design e industrialização. Ou seja, era chegada a hora do design ser algo acessível e ser produzido para as massas com renovação periódica para a vontade de consumo se reciclar (temporadas de moda, oi?). Une-se aí a influência do Oriente, linhas sinuosas e orgânicas.
Para entender o estilo é bom pensar também no pintor austríaco Gustav Klimt e no checo Alphonse Mucha. E a moda nisso tudo? Bom, no mesmo período dessa turminha bacana viveu o francês Paul Poiret . Um dos gênios da história da moda. Suas silhuetas lânguidas são a cara do Art Nouveau. Na história, nada é por acaso.
Para entender o estilo é bom pensar também no pintor austríaco Gustav Klimt e no checo Alphonse Mucha. E a moda nisso tudo? Bom, no mesmo período dessa turminha bacana viveu o francês Paul Poiret . Um dos gênios da história da moda. Suas silhuetas lânguidas são a cara do Art Nouveau. Na história, nada é por acaso.
Vale duas dicas de livros... As imagens acima são do livro "Poiret" também da François Baudot, pela Assouline. E o segundo é sua auto-biografia publicada pela editora do Museu Victoria & Albert de Londres.
Para finalizar meu passeio por Bruxelas fui conhecer a loja do Margiela...
Comprei o catálogo da exposição dos 20 anos do estilista na livraria incrível da Antuérpia.
A sensação de ver um roupa dele de perto é tão intensa quanto ver um Magritte ao vivo, com a vantagem que dá para experimentar.
Saudades, Laurinha. Já ouviu o álbum da Karen Elson? Tem uma pegada que combina com esse post...
ResponderExcluirbjs.
Nossa, tô abismada! Você visitou todos esses lugares fascinantes, fiquei morrendo de inveja lendo aqui. Uma roupa do Paul Poiret? Também ficaria muito emocionada se visse uma e aquelas pinturas são muito lindas! Me empresta seu livro do Poiret? hehe
ResponderExcluirAmei, muito lindo, obrigada por dividir conosco!
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