Da série colaborações... esse textinho escrevi para o blog do Pense Moda
Em tempo, a exposição já acabou, mas seu catálogo pode ser encontrado na livraria do Instituto Tomie Ohtake
***
A Finlândia tem uma temperatura média anual de 5,3 graus Celsius, e uma população de cerca de 6 milhões de habitantes (a cidade de São Paulo tem cerca de 11 milhões). O cenário aparentemente frio e vazio abriga uma tradição de design bastante inspiradora. Um pouco do que foi, e é, criado naquele país pode ser visto até o dia 8 de maio no Instituto Tomie Ohtake em São Paulo na exposição: “Estrelas do Design Finlandês” que tem curadoria do Design Museo (Helsinque)
Algumas peças são bem conhecidas do público, como a tesoura e a caneca criada pelo designer Olof Backström e fabricada pela indústria Fiskars (fundada em 1649 e ainda em operação).
O design na Finlândia é parte da identidade local. O RG foi tirado no final do século XIX quando o país, ainda sob o domínio russo, viu nascer criadores inspirados pelo movimento art-noveau (que em linhas, bem gerais, procurava unir arte e indústria e divulgava as “artes aplicadas”, que, mais tarde, evoluíram para o conceito de design).
O representante mais famoso do design finlandês é o arquiteto Alvar Aalto. Sua obra reflete a influência das formas orgânicas do art-noveau e do artesanato nativo, com referências da arquitetura moderna, principalmente da escola alemã Bauhaus. Sua peça mais conhecida é o vaso Savoy, ou Aalto.
A inovação da peça é a forma pela qual o vidro é moldado. O trabalho refinado com o vidro, aliás, é outra marca do desenho finlandês.
A indústria têxtil tem lugar de destaque na exposição e aparece por meio de muitas roupas, principalmente vestidos. Quase todas as peças foram desenvolvidas pela Marimekko, indústria fundada por Armi Ratia em 1951. A empresa trabalha as peças a partir uma lógica invertida: primeiro surgem as estampas e depois as formas. E a visionária empresária contratava designers para desenvolver estampas.
Alguns nomes de destaque na trajetória da empresa são Maija Isola, Vuokko Eskolin-Nurmesniemi e Sanna Annuka. As três designers foram muito influenciadas pelos grafismos tradicionais da Finlândia, e carregam uma visível influência da Pop-Art.
Maija Isola - estampa Unikko 1964
Sanna Annukka - estampa "O chamado de Kantele" 2008
As roupas feitas nos anos 60 têm linhas bem geométricas, com referência visível da linha futurista, difundida pelos franceses Courrèges, Paco Rabanne e Pierre Cardin.
Vuokko Nurmesniemi - vestido Mari-essu
O interessante da mostra é notar a simplicidade e a funcionalidade das peças. Ter uma peça de design assinado por lá é corriqueiro, por que os objetos são pensados para o uso cotidiano. Hoje o ensino do design na Finlândia tem entre seus preceitos questões ambientais.
Vale notar que ali, na fronteira com a Finlândia, fica a Suécia outro pólo importantíssimo de design. E com a lógica bem parecida. Certamente o nome Ikea é familiar para muita gente. A loja de móveis populares é uma verdadeira febre! Quem já teve oportunidade de entrar deve ter notado que, ao lado de cada produto, fica exposta uma plaquinha com o nome e foto do designer responsável. Da vizinha Dinamarca saiu Arne Jacobsen, autor da popular cadeira formiga.
cadeira formiga
É a Noruega? Lembra do Lars Svedesen na palestra “A importância da crítica de moda: porque ela existe e porque precisamos dela” no Pense Moda do ano passado? Norueguês.
Então, é bom ficar de olho nessa tal Escandinávia, mais do que neve tem muito design e informação para prestar atenção.
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ah! Vale lembrar que ano passado a Avon fez uma parceria com a Marimekko e as famosas flores de Maija Isola viraram maquiagem.
Em tempo, a exposição já acabou, mas seu catálogo pode ser encontrado na livraria do Instituto Tomie Ohtake
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A Finlândia tem uma temperatura média anual de 5,3 graus Celsius, e uma população de cerca de 6 milhões de habitantes (a cidade de São Paulo tem cerca de 11 milhões). O cenário aparentemente frio e vazio abriga uma tradição de design bastante inspiradora. Um pouco do que foi, e é, criado naquele país pode ser visto até o dia 8 de maio no Instituto Tomie Ohtake em São Paulo na exposição: “Estrelas do Design Finlandês” que tem curadoria do Design Museo (Helsinque)
Algumas peças são bem conhecidas do público, como a tesoura e a caneca criada pelo designer Olof Backström e fabricada pela indústria Fiskars (fundada em 1649 e ainda em operação).
O design na Finlândia é parte da identidade local. O RG foi tirado no final do século XIX quando o país, ainda sob o domínio russo, viu nascer criadores inspirados pelo movimento art-noveau (que em linhas, bem gerais, procurava unir arte e indústria e divulgava as “artes aplicadas”, que, mais tarde, evoluíram para o conceito de design).
O representante mais famoso do design finlandês é o arquiteto Alvar Aalto. Sua obra reflete a influência das formas orgânicas do art-noveau e do artesanato nativo, com referências da arquitetura moderna, principalmente da escola alemã Bauhaus. Sua peça mais conhecida é o vaso Savoy, ou Aalto.
A inovação da peça é a forma pela qual o vidro é moldado. O trabalho refinado com o vidro, aliás, é outra marca do desenho finlandês.
A indústria têxtil tem lugar de destaque na exposição e aparece por meio de muitas roupas, principalmente vestidos. Quase todas as peças foram desenvolvidas pela Marimekko, indústria fundada por Armi Ratia em 1951. A empresa trabalha as peças a partir uma lógica invertida: primeiro surgem as estampas e depois as formas. E a visionária empresária contratava designers para desenvolver estampas.
Alguns nomes de destaque na trajetória da empresa são Maija Isola, Vuokko Eskolin-Nurmesniemi e Sanna Annuka. As três designers foram muito influenciadas pelos grafismos tradicionais da Finlândia, e carregam uma visível influência da Pop-Art.
Maija Isola - estampa Unikko 1964
Sanna Annukka - estampa "O chamado de Kantele" 2008
As roupas feitas nos anos 60 têm linhas bem geométricas, com referência visível da linha futurista, difundida pelos franceses Courrèges, Paco Rabanne e Pierre Cardin.
Vuokko Nurmesniemi - vestido Mari-essu
O interessante da mostra é notar a simplicidade e a funcionalidade das peças. Ter uma peça de design assinado por lá é corriqueiro, por que os objetos são pensados para o uso cotidiano. Hoje o ensino do design na Finlândia tem entre seus preceitos questões ambientais.
Vale notar que ali, na fronteira com a Finlândia, fica a Suécia outro pólo importantíssimo de design. E com a lógica bem parecida. Certamente o nome Ikea é familiar para muita gente. A loja de móveis populares é uma verdadeira febre! Quem já teve oportunidade de entrar deve ter notado que, ao lado de cada produto, fica exposta uma plaquinha com o nome e foto do designer responsável. Da vizinha Dinamarca saiu Arne Jacobsen, autor da popular cadeira formiga.
cadeira formiga
É a Noruega? Lembra do Lars Svedesen na palestra “A importância da crítica de moda: porque ela existe e porque precisamos dela” no Pense Moda do ano passado? Norueguês.
Então, é bom ficar de olho nessa tal Escandinávia, mais do que neve tem muito design e informação para prestar atenção.
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ah! Vale lembrar que ano passado a Avon fez uma parceria com a Marimekko e as famosas flores de Maija Isola viraram maquiagem.
Muito interessante, adorei!
ResponderExcluire parabéns pelo blog, eu sempre entro mas acabo não comentando, rs!
Bjinhos ! ;)
Obrigada Juliana!
ResponderExcluirvolte e comente sempre!
1 beijo