Essa semana finalmente li o livro “Trinta Anos de Moda no Brasil”, recém lançado pela Editora Livre. Já no subtítulo a publicação diz a que veio “Uma breve história”. A trajetória da moda brasileira, aos poucos, deixa de ser história da vida privada e começa a se revelar, verbalmente, por seus protagonistas, mais vivos e atuantes do que nunca.
Os textos são da Marília Scalzo e a cronologia do Helio Hara. O livro conta o que passou na moda brasileira nos últimos 30 anos embasado principalmente em entrevistas. Gente como Glória Kalil, Erika Palomino, Lilian Pacce, Patrícia Carta, Paulo Martinez, entre outros, emprestam sua memória. O ponto interessante da publicação é a contextualização do ambiente em que essa moda cresceu. Muito mais do que explicar que nos anos 80 foi o tempo de ombreiras e cabelos de mullets, os 90 o minimalismo e os 00 a liberdade de estilo, é entender o porque a moda brasileira está no pé que está, e imaginar para onde ela vai.
Depois do texto de cada década tem uma reunião de fotos de editoriais de moda e campanhas publicitárias. Interessante notar além da roupa e do cabelo, o jeito que a foto era iluminada, a intervenção do photoshop, as poses das modelos. Além, claro, dos fotógrafos de cada época.
Tudo começa nos anos 80, o país recém saído da ditadura, época de efervescência das bandas de rock nacionais, crise econômica e o momento em que muitos estilistas lançaram suas marcas, como Huis Clos, Maria Bonita, Walter Rodrigues e Glória Coelho. Enquanto esses estilistas batalham a longevidade, outras grifes se foram, mas ficaram a história por terem marcado a época, como Fiorucci (comandada pela Glória Kalil), Yes,Brazil e Kaos Brasilis*.
Depois vem os anos 90, que começa com o Plano Collor e a abertura para o mercado asiático. Momento turbulento para a indústria têxtil, que teve que se modernizar para não ficar para trás. Depois a implantação do Real e o princípio da estabilidade monetária no país. Época do minimalismo, da heroin chic e do aparecimento das modelos-celebridades. Gisele surge como ícone no final da década e é uma das responsáveis por dar visibilidade ao país. A cadeia produtiva da moda brasileira começa ficar mais organizada primeiro com o Phytoervas Fashion, depois com o Morumbi Fashion que virou em 2001 São Paulo Fashion Week. As faculdades de moda começam a aparecer e jovens estilistas com trabalhos bem autorais também... Alexandre Herchcovitch e Marcelo Sommer.
Os anos 00 começam embalados pelo avanço da internet. A cronologia do livro intitula a década de “velocidade”. E assim emerge o fast-fashion. E a possibilidade de ser famoso é mais fácil pelo computador, então é a era das celebridades. A moda Brasileira caminha cada vez mais para sua estruturação interna e agora quer reconhecimento externo. Nessa década pipocaram escolas de moda. “A moda está na moda”. Gisele é rainha, e deu espaço para outras princesas da moda como Isabeli Fontana e Raquel Zimmermann.
O livro nos deixa com a seguinte frase: “Cultura, arte, consumo, identidade e memória são, entre outras, palavras ligadas ao universo da moda, que deixou de ser apenas roupa para se transformar em movimento”.
Acho que é isso, né?
*em outubro a Revista Gloss publicou uma matéria bem interessante sobre a Marta Oliveira, estilista Kaos Brasilis, pena que não tem on-line.
Os textos são da Marília Scalzo e a cronologia do Helio Hara. O livro conta o que passou na moda brasileira nos últimos 30 anos embasado principalmente em entrevistas. Gente como Glória Kalil, Erika Palomino, Lilian Pacce, Patrícia Carta, Paulo Martinez, entre outros, emprestam sua memória. O ponto interessante da publicação é a contextualização do ambiente em que essa moda cresceu. Muito mais do que explicar que nos anos 80 foi o tempo de ombreiras e cabelos de mullets, os 90 o minimalismo e os 00 a liberdade de estilo, é entender o porque a moda brasileira está no pé que está, e imaginar para onde ela vai.
Depois do texto de cada década tem uma reunião de fotos de editoriais de moda e campanhas publicitárias. Interessante notar além da roupa e do cabelo, o jeito que a foto era iluminada, a intervenção do photoshop, as poses das modelos. Além, claro, dos fotógrafos de cada época.
Tudo começa nos anos 80, o país recém saído da ditadura, época de efervescência das bandas de rock nacionais, crise econômica e o momento em que muitos estilistas lançaram suas marcas, como Huis Clos, Maria Bonita, Walter Rodrigues e Glória Coelho. Enquanto esses estilistas batalham a longevidade, outras grifes se foram, mas ficaram a história por terem marcado a época, como Fiorucci (comandada pela Glória Kalil), Yes,Brazil e Kaos Brasilis*.
Esq. Revista Claudia Moda / foto Klaus Mitteldorf
Dir. Revista Photo/ foto Klaus Mitteldorf
Fotos Klaus Mitteldorf
Campanhas: Maria Bonita (esq.) clicada por Isabel Garcia e Huis Clos (dir.) por Vania Toledo
Campanhas Aquarela por Vania Toledo e Kaos Brasilis por Dimitre Lee. Branco Mello dos Titãs como garoto propaganda.
Dir. Revista Photo/ foto Klaus Mitteldorf
Fotos Klaus Mitteldorf
Campanhas: Maria Bonita (esq.) clicada por Isabel Garcia e Huis Clos (dir.) por Vania Toledo
Campanhas Aquarela por Vania Toledo e Kaos Brasilis por Dimitre Lee. Branco Mello dos Titãs como garoto propaganda.
Depois vem os anos 90, que começa com o Plano Collor e a abertura para o mercado asiático. Momento turbulento para a indústria têxtil, que teve que se modernizar para não ficar para trás. Depois a implantação do Real e o princípio da estabilidade monetária no país. Época do minimalismo, da heroin chic e do aparecimento das modelos-celebridades. Gisele surge como ícone no final da década e é uma das responsáveis por dar visibilidade ao país. A cadeia produtiva da moda brasileira começa ficar mais organizada primeiro com o Phytoervas Fashion, depois com o Morumbi Fashion que virou em 2001 São Paulo Fashion Week. As faculdades de moda começam a aparecer e jovens estilistas com trabalhos bem autorais também... Alexandre Herchcovitch e Marcelo Sommer.
Os anos 00 começam embalados pelo avanço da internet. A cronologia do livro intitula a década de “velocidade”. E assim emerge o fast-fashion. E a possibilidade de ser famoso é mais fácil pelo computador, então é a era das celebridades. A moda Brasileira caminha cada vez mais para sua estruturação interna e agora quer reconhecimento externo. Nessa década pipocaram escolas de moda. “A moda está na moda”. Gisele é rainha, e deu espaço para outras princesas da moda como Isabeli Fontana e Raquel Zimmermann.
Editorial Revista Quem por Feco Hamburguer
Editorial Elle por Bob Wolfeson
Desfile Jum Nakao - Fernando Louza
Editorial Vogue - Gui Paganini
Editorial Elle por Bob Wolfeson
Desfile Jum Nakao - Fernando Louza
Editorial Vogue - Gui Paganini
O livro nos deixa com a seguinte frase: “Cultura, arte, consumo, identidade e memória são, entre outras, palavras ligadas ao universo da moda, que deixou de ser apenas roupa para se transformar em movimento”.
Acho que é isso, né?
*em outubro a Revista Gloss publicou uma matéria bem interessante sobre a Marta Oliveira, estilista Kaos Brasilis, pena que não tem on-line.
Adorei o Post, este livro está na minha wish list pro fim do ano, depois de ler seu post fiquei com mais vontade ainda!!!!
ResponderExcluirAff! minha biblioteca de Moda já vai ganhar o 103. livro rsrs. Pelo menos, sei que vou poder usar alguns no Mestrado ufa!! rsrs Adorei a dica! bjs
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