Certa vez em uma palestra no SENAC o incrível professor João Braga contou que se informa sobre história da moda lendo ficção, filosofia e sociologia. Há um tempo venho exercitando essa caça a informação em lugares menos explícitos.
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Quando estava no colégio e era obrigada a ler os clássicos da literatura sempre pulava as partes das descrições para o livro acabar mais rápido. Muitos autores de ficção fazem uma descrição minuciosa do vestuário dos personagens e assim ambientam a época. Um dos traumas descritivos que sofri na ocasião foram com os autores do Romantismo, já que a narrativa descritiva é um das características desse período da literatura. Na época o maior responsável por essa aversão foi José de Alencar com sua obra “Senhora”.
A protagonista Aurélia passa o livro todo tentando driblar os padrões de comportamento da sociedade da época ao mesmo tempo que se faz de difícil para seu verdadeiro amor Fernando Seixas. O ritmo do flerte do século XIX, deixa qualquer adolescente louco.
Hoje um pouco mais crescidinha e trabalhando com moda vejo o quanto deixei de aprender na ocasião. Como são ricas as descrições do vestuário! Além de citar pontos de venda tradicionais da época. Olha um exemplo:
“Outra singularidade apresentava essa parte da habitação: era o frisante contraste que faziam com a pobreza carrança dos dois aposentos certos objetos, aí colocados, e de uso do morador. Assim no recosto de uma das velhas cadeiras de jacarandá via-se neste momento uma casaca preta, que pela fazenda superior, mas sobretudo pelo corte elegante e esmero do trabalho, conhecia-se ter o chique da casa do Raunier, que já era naquele tempo o alfaiate da moda. Ao lado da casaca estava o resto de um trajo de baile, que todo ele saíra daquela mesma tesoura em voga; finíssimo chapéu claque do melhor fabricante de Paris; luvas de Jouvin cor de palha; e um par de botinas como o Campas só fazia para os seus fregueses prediletos“.
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Pulando do século XIX para o XXI, hoje de manhã me deparo com essa descrição no texto do atualíssimo escritor João Paulo Cuenca, em seu blog.
“A DESENHISTA usa um vestido quadriculado azul e branco, daqueles que se parecem com panos de mesa”.
È o xadrez vichy que apareceu aos baldes nas últimas temporadas!!! Tá vendo como a literatura descreve a moda da época mesmo sem querer?
A lista de descrições encontradas nas milhares de obras ficcionais dá para fazer um blog temático por algumas gerações. Esse post é para alertar que você estudava história da moda antes de dormir e nem sabia.
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A literatura inspira a moda
Em 2007 fiz esse post sobre coleções inspiradas em livros. Vale a pena ler de novo!
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Ah! E nos livros como no cinema, às vezes o figurino muito rebuscado tira a atenção da história. Quando o personagem é bom mesmo, a descrição fica por nossa conta. Assim são as obras clássicas. Vão bem com qualquer traje e em qualquer época.
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Quando estava no colégio e era obrigada a ler os clássicos da literatura sempre pulava as partes das descrições para o livro acabar mais rápido. Muitos autores de ficção fazem uma descrição minuciosa do vestuário dos personagens e assim ambientam a época. Um dos traumas descritivos que sofri na ocasião foram com os autores do Romantismo, já que a narrativa descritiva é um das características desse período da literatura. Na época o maior responsável por essa aversão foi José de Alencar com sua obra “Senhora”.
A protagonista Aurélia passa o livro todo tentando driblar os padrões de comportamento da sociedade da época ao mesmo tempo que se faz de difícil para seu verdadeiro amor Fernando Seixas. O ritmo do flerte do século XIX, deixa qualquer adolescente louco.
Hoje um pouco mais crescidinha e trabalhando com moda vejo o quanto deixei de aprender na ocasião. Como são ricas as descrições do vestuário! Além de citar pontos de venda tradicionais da época. Olha um exemplo:
“Outra singularidade apresentava essa parte da habitação: era o frisante contraste que faziam com a pobreza carrança dos dois aposentos certos objetos, aí colocados, e de uso do morador. Assim no recosto de uma das velhas cadeiras de jacarandá via-se neste momento uma casaca preta, que pela fazenda superior, mas sobretudo pelo corte elegante e esmero do trabalho, conhecia-se ter o chique da casa do Raunier, que já era naquele tempo o alfaiate da moda. Ao lado da casaca estava o resto de um trajo de baile, que todo ele saíra daquela mesma tesoura em voga; finíssimo chapéu claque do melhor fabricante de Paris; luvas de Jouvin cor de palha; e um par de botinas como o Campas só fazia para os seus fregueses prediletos“.
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Pulando do século XIX para o XXI, hoje de manhã me deparo com essa descrição no texto do atualíssimo escritor João Paulo Cuenca, em seu blog.
“A DESENHISTA usa um vestido quadriculado azul e branco, daqueles que se parecem com panos de mesa”.
È o xadrez vichy que apareceu aos baldes nas últimas temporadas!!! Tá vendo como a literatura descreve a moda da época mesmo sem querer?
A lista de descrições encontradas nas milhares de obras ficcionais dá para fazer um blog temático por algumas gerações. Esse post é para alertar que você estudava história da moda antes de dormir e nem sabia.
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A literatura inspira a moda
Em 2007 fiz esse post sobre coleções inspiradas em livros. Vale a pena ler de novo!
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Ah! E nos livros como no cinema, às vezes o figurino muito rebuscado tira a atenção da história. Quando o personagem é bom mesmo, a descrição fica por nossa conta. Assim são as obras clássicas. Vão bem com qualquer traje e em qualquer época.
Importante. Vale pra pra qualquer aspecto da cultura aliás: cidades, costumes, arquitetura, objetos, comidas etc. São os olhos de quem lê....
ResponderExcluirOi Laura,
ResponderExcluirCarol da Alter Ego - lembra de mim?
Passei pra ler e te dizer que adicionei seu blog na minha lista de mais lidos aqui: http://modaprafazer.blogspot.com
;)
Beijo!
concordo em genero, numero e grau.... tem mto mais que se tirar de literatura antiga do que só história.
ResponderExcluirbjss
Olá, gostei muito do teu blog,e voltarei cá mais vezes...
ResponderExcluirJá agora deixo aqui o meu: http://luxuryandlust.blogs.sapo.pt/
Xoxo
M