O terceiro e último dia do Pense Moda começou com a palestra de Nicola Formichetti. Quando saiu a programação do evento foi o convidado que mais me chamou atenção porque sou fã da Dazed & Confused, revista da qual ele é editor de moda. Além da publicação inglesa ele também é editor geral da Vogue Homem do Japão. Ao currículo soma-se ainda consultoria para marcas de renome como Levi´s, Prada, e para nova grife de Alexander McQueen.
Nicola não teve formação em moda. Seu interesse pelo tema é atribuído a mãe, italiana e consumidora voraz. Seu pai é japonês. Ele conclui que sua fisionomia é indecifrável. “Pareço brasileiro”, brinca. O mix de culturas dá os indícios para sua facilidade inventiva.
A trajetória em Londres começou aos 18 anos. Foi estudar e trabalhar . Conheceu gente que acreditou no seu potencial. Ele conta que nos primeiros trabalhos como stylist seguia sua intuição e se permitia a liberdade criativa. “Montava meninas que pareciam drag queens ou estrelas de cinema. Imagens pouco contemporâneas“.
Os erros foram virando acertos. Seu trabalho tem como fonte de pesquisa primordial a internet e sites de relacionamento como Facebook e My Space (o Orkut não pegou no velho mundo, né?). Das páginas virtuais saem inspirações, casting para o próximo editorial e novos assistentes. “Acho currículo chato, prefiro ver como a pessoa se apresenta na web“, conta.
Os dois assistentes de Nicola, Anna Trevelan e Sam Voltage, têm as imagens pessoais tão contemporâneas como um editorial da Dazed & Confused . Eloqüentes, ajudaram o chefe na palestra e relataram como é trabalhar com ele. A dupla faz as pesquisas de referências para as fotos e revelaram que o big boss foge do padrão Anna Wintour, carrasca e dá bastante liberdade criativa.
Peter, tem 19 anos e foi recrutado na balada. O teen contou um dos segredos de Nicola quando comentava sobre o trabalho “saber o que as pessoas querem é uma grande capacidade”.
Nicola é um grande mentor de novos talentos. O badalado estilista Gareth Pugh ganhou uma forcinha dele. Adora descobrir jovens. Ele explica que trabalhar com jovens é um grande estímulo porque revive a sensação de quando estava começando. Traz frescor.
As páginas da revista são uma grande vitrine para suas consultorias. E ele revela alguns truques para atrair clientes. “Queria trabalhar para Levi´s, então coloquei muitas peças da grife no editorial da Dazed“. Espertinho, né?
Ele contou como foi fotografar com Madonna para a capa da edição de abril desse ano - “ela é totalmente controlfreak”. Eles tiveram um dia para realizar o trabalho. E o resultado foi uma grande homenagem à cantora cinqüentenária.
Sobre a moda do Brasil, ele conhece pouquíssimo, mas está curiosíssimo e pretende sair daqui com a mala cheia de referências. Olha as fotos que colocou em seu blog.
No final da palestra não resisti e fui falar com ele. Perguntei sobre Vivienne Westwood, figurinha fácil na Revista e nos editoriais. Ele confessou ser fã de carteirinha e que é encantado com o empenho dela em causas sociais. Citou a extrema preocupação dela com a Floresta Amazônica.
Vi que no site da Dazed tem um colaborador brasileiro... quem sabe?
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Sobre as outras palestras tem muita coisa no site do Pense Moda e na Oficina de Estilo.
Eu continuo pensando moda no próximo post e, claro, boto mais lenha na fogueira da blogosfera.
Até já.
to doida pra ler mais. ;-)
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