crédito: use fashion
Ela começou de mansinho em 2006. Honrando a tradicional discrição dos habitantes de seu estado natal, Minas Gerais, Cecilia Prado, nasceu em Jacutinga, tradicional pólo de produção de malhas. A estilista formada pela Universidade Anhembi Morumbi divide seu tempo entre São Paulo, Jacutinga e o mundo.
Herdeira da fábrica de tricô Castor que produzia para grandes marcas como Zoomp e Carmin, a grande sacada de estilista foi reinventar o tricô sem sal das fábricas da região. O toque sensível e artesanal fez com que sua produção já nascesse com vocação internacional. Para conquistar o rigoroso mercado externo, além do produto diferenciado é necessário tino para negócios, e isso jovem estilista de 23 anos tem provado que também sabe fazer. Nessa entrevista ao Moda pra Ler a falou um pouco sobre seu trabalho.
Sua marca começa com o respaldo da empresa da sua família, a Castor Tricot, que está há 26 anos no mercado. Digamos que sua empresa já começou bem sucedida, como mantê-la assim?
A concorrência esta cada vez mais acirrada, novas marcas estão aparecendo no mercado, ter um produto que é único faz você se destacar neste meio. Outro desafio é a inovação, a cada coleção me esforço para trazer novidades ao meu cliente. O contato pós-venda e um bom relacionamento são as chaves para criar uma parceria duradoura com ele. Ter versatilidade para enfrentar os obstáculos que o mercado apresenta é outra virtude.
Quem são suas clientes?
Mulheres sensíveis e bacanas
Você segue tendências em suas coleções?
Sim, mas não a risca.
Como desenvolve suas coleções?
Começo pelos materiais e imagens que me marcaram e por aí vai. Nada e pré-estabelecido, simplesmente vai acontecendo.
Coleção Inverno 2007
crédito: divulgação
O que você fez para reinventar o tricô?
Lavamos por meio do processo, Stone Washed, o mesmo aplicado no jeans ele dá um toque suave e macio a peça, e ainda deixa a roupa com um ar de desbotada. Agrega valor ao produto. Também trabalho com estamparia, misturo aviamentos no meio das tramas, jacards e degrade.
Você considera suas criações versáteis?
Sim, acho elas fácil serem usadas com outras peças, além disto também são atemporais.
Sua moda artesanal deve ter conquistado muitos clientes internacionais.
Quais suas expectativas para o mercado externo?
Muito promissoras. Nosso produto é bem aceito lá fora, estamos crescendo a cada coleção. Desde 2002 participamos de feiras internacionais como a Who´s Next em Paris, Coterie em NY, Rooms no Japão e Bread and Butter em Barcelona. Hoje vendemos em 45 pontos de venda no mundo entre eles: Saks, Lê Bon Marche em Paris e Vakko na Turquia.
Clipe de site japonês mostra a coleção da estilista
crédito:Boneto
E o mercado interno?
Está indo bem. Nosso contato com o cliente é bem estreito, prezamos por isso. Tratá-lo e atendê-lo bem é nossa prioridade. Estamos em fase de fidelizar os clientes. Nossa política vem mudando um pouco. Nossa produção é baixa devido à complexidade das peças, vendemos mais para multimarcas e assim conseguimos ter um controle sobre cada loja. Nosso monitoramento é muito cauteloso e visa cuidar da imagem da marca.
Em quantos pontos de venda você vende hoje no Brasil?
Clube Chocolate, Acervo Benjamin em São Paulo, além de sessenta outros pontos de venda.
Coleção Verão 2008
crédito: site da estilista
Quais são os planos para a marca?
Estabelecer e fidelizar o cliente aqui no Brasil, estar presente nas melhores multimarcas e me tornar mais reconhecida, como referencia de moda. No exterior entrar em showrooms na Europa e Eua para expandir nossa abrangência e continuar investindo pesado. Um dia pretendo ter uma loja própria.
O que vamos ver na coleção de inverno?
Uma gama linda de cores. Laços, penas e borboletas!
Delicadeza e leveza são características da sua marca e como é seu estilo?
O estilo é inconfundível, além de gracioso tem informação de moda, é atraente. Opto por peças básicas e outras que funcionem como acessórios porque dão uma nova cara ao look, sem ficar pesado.
Você acha que um dia vai mudar de estilo da sua marca?
Manter só um único estilo é difícil. A marca vem aumentando o mix de produtos e com isso inserindo novos estilos aos já existente. Acho isso favorável, pois o cliente tem mais opções de levar para sua loja vários tipos de peças e agradar um número maior de consumidores. É vantajoso desde que feito de maneira consciente, com bom senso.
Gosto de gente que faz coisas bonitinhas assim!
ResponderExcluirIsso me levanta o dilema sobre ter recursos, se facilita ou não o sucesso no mundo da moda, ou se chega a ser fundamental.
(Ela mesma tem o suporte da fábrica de tricô)
Vide "escola de divinos" que fazia cada coisa linda e evaporou, mesmo tendo a notoriedade que teve na época.
Tá certo, algumas pessoas vieram do nada, mas as grifes famosas chegam aos status milhonários com muito apoio financeiro, e este dinheiro vem de algum lugar, se não da família, de algum grupo investidor do círculo do estilista, o Herchcovitch nunca foi pobre, estudou na santa marcelina, a linda Thais Gusmão também não (não que eu não adore os dois de paixão)
vejo tanta coisa legal dos "alternativos" que está fora de circuito.
Por outro lado, é bom ver talento expontâneo também, sem necessáriamente estar atrealado à indústria,reforça a idéia de que moda é uma das coisas boas da vida e que não é feita apenas por profissão ou como meio de sustento.
Mas sim, por paixão à moda.
Mas ah, se essa garotada toda tivesse a oportunidade de unir o agradável ao útil...
Meu guarda roupa seria uma salada
Muito bacana o blog... fiz um link especial pra ele no meu post sobre CECILIA PRADO, ok?
ResponderExcluirBeijos!
Sil Saraiva - B&B
http://blogandbeauty.blogspot.com