Fórmula 1 da moda

A fórmula 1 e a alta-costura da Dior, inverno 2007

Para quem gosta e trabalha com moda saber a diferença entre alta-costura e prêt-à-porter é normal. Porém, para os leigos é difícil entender porque as grifes investem milhões em “roupas que não dá pra usar na rua”, como muita gente fala.

Recentemente li a autobiografia do estilista brasileiro Dener Pamplona de Abreu (“O Luxo” – editora Cosac Naify) e nesse final de semana com a Fórmula 1 em SP tirei uma conclusão que pode ajudar a entender essa diferença.

Em suas memórias Dener dedica um capítulo a uma breve análise da moda brasileira na época e justifica a importância da alta-costura:

Por que faço alta-costura? Porque alta-costura inspira modelos, mexe a engrenagem de todo o mundo da moda, lança padrões, estilos. Nenhum país tem moda própria se não tiver alta-costura
.

E a Fórmula 1?
A Fórmula 1 é o laboratório da indústria automobilística. Onde as novas tecnologias que usaremos nos carros são testadas. Empresas como a Petrobrás investem nas pistas para pesquisar o que será usado nas ruas.

Assim, a alta costura seria a Formula 1 e o prêt-à-porter os carros que usamos no dia-a-dia.

Contudo, não vejo aqui no Brasil uma produção de alta costura que sirva como o centro de referência para a moda cotidiana, como no caso da Fórmula 1 e da industria automolistica.

Se Dener estava certo, pode estar aí alguma resposta para essa dependência européia que o prêt-à-porter brasileiro sofre.

Fica a reflexão.

Comentários

  1. Muito legal a relação. Pode-se pensar o quanto de técnica e arte(motores, combustíveis / tecidos, acabamentos etc arte/design )estão envolvidos em todos nos produtos. A idéia é que sem "vanguarda" e experimentação não há o cotidiano inovado. É isso?

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  2. Adorei a comparação! Estava assistindo dia desses um programa sobre F1 no Discovery e me perguntava, gente quanto dinheiro é gasto nesse negócio! Sua comparação me fez refletir e enxergar o sentido do desenvolvimento que é necessário. Talvez esse dependência brasileira pelos lançamentos internacionais seja por falta de investimentos em talentos e inovação tecnológica.
    Camila Machado

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