Moldes para todos

Antes de existir a roupa “pronta para levar” o trabalho era feito em casa por mães, avós, tias e madrinhas. As mulheres tentavam reproduzir as peças que viam nas revistas de moda.

Percebendo essa hábito coletivo mundial, aliado a situação do pós-guerra em seu país uma alemã chamada Aenne Burda começou a vender moldes para que as pessoas pudessem costurar com maior exatidão seu próprio vestuário. Assim surgiu a revista “Burda Modas” em 1950.

Aenne Burda

Aqui no Brasil a publicação é famosa entre praticantes do tricô e crochê. Para encontrá-la é necessário recorrer a uma banca especializa por não há uma edição brasileira.

Os moldes precisos foram e são a chave do sucesso da revista que hoje é publicada em 19 línguas e distribuída em 89 países. A editora gera em torno de 1,85 bilhão de euros por ano. Os moldes são publicados em 4 tamanhos.



Dois anos antes da queda do muro de Berlim, que marcou o fim de quase todos os regimes socialistas do mundo, a Burda foi lançada na União Soviética. Ávida por notícias do capitalismo a população recebeu a revista de braços abertos. O sucesso continou, e perdura, também nas repúblicas da ex-URSS como Bielorussia, Georgia, Ucrânia e até no Turquemenistão. Outros países ex–socialistas como Bósnia e Eslováquia também têm sua edição nacional.

Não é só de lugares recém-capitalistas que o magazine alemão vive. Também é publicado na Noroega, Suécia, Itália, Estados Unidos, entre outros.

Anne Burda morreu em 2005 aos 96 anos. A empresa hoje é administrada por seu filho Hubert.

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No Brasil a primeira revista de moldes foi a Manequim, criada em 1959.

Em seus primeiros anos era comum a revista trazer modelos para trabalhar. A mulher moderna ainda não encontrava grande variedade de roupas para competir de igual para igual com os homens.



Hoje a publicação tem como grande norte para suas reportagens as roupas que aparecem nas novelas.

A produção de moda da revista é muito difícil porque além da roupa a produtora tem que convencer o estilista e seu assessor de imprensa a dar o molde.

Em 2001 numa aula de jornalismo de moda, a jornalista Maria da Penha Bueno de Moraes, que ministrava o curso e foi editora da publicação, revelou que a Manequim é uma das poucas que consegue se pagar com as vendas e não depende completamente de publicidade.

O “faça você mesmo” resiste ao prêt-à-porter.

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Livros interessante sobre os temas abordados:


Moda & Guerra – Um retrato da França ocupada
Dominique Veillion
Jorge Zahar Editor

O livro conta como os franceses fizeram para continuar como os mais estilosos do mundo em meio a guerra e suas dificuldades.


“A Revista no Brasil”
Editora Abril

História do formato no país separado por temas e rico em imagens.


Comentários

  1. Adoro o Moda & Guerra, principalmente a parte dos "chapeus extravagantes".
    Esse post ficou ótimo, Laura!!!
    Bjos

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  2. Nossa, parabéns!!!
    Ficou muito bom mesmo!
    É muito dificil pesquisar sobre as revistas de moda no Brasil (bom, pelo menos eu não encontrei muita bibliografia...)!
    bjuzz !!

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  3. Muito, muito legal o post, Laura. História da moda cai muito bem e ajuda muito a pensar um monte de coisas que acontece nos dias de hj.
    bjos!

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  4. Oi Ilana! Obrigada pelo seu comentário e meninas obrigada pelos elogios.

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  5. Adorei o post! Sempre fui fã da Burda! Acho-a fantástica!

    Bjs.

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