SPFW - três duplas

A FWHouse aconteceu junto com a São Paulo Fashion Week. Era um espaço no terceiro piso da Bienal onde estilistas montaram um pedaço de seu show room de outono/ inverno para mostrar aos compradores que freqüentam a semana de moda. O clima calmo proporciou maior atenção às tendências expostas nas araras.

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Moda pra Ler aproveitou o fácil acesso aos criadores, que atendiam pessoalmente os clientes, e fez 5 perguntas para Sallomeh, Amonstro e Amapô. Em comum, a três marcas têm participações no extinto Amni Hot Spot, o trabalho em dupla e o estilo único e original.

SALLOMEH

Ana Carolina Rahal na FW House

A coleção de inverno das estilistas Ana Carolina Rahal e Maria Gabriela Rahal foi feita com malha, jérsei, algodão tecnológico e tule. O corte das roupas e os acabamentos artesanais, como tingimentos diferenciados e bordados dão um ar árabe as roupas. Apesar da descendência, a influência não é premeditada.

Como a marca começou?
Ana Carolina Rahal* - Minha mãe tem uma ateliê de tricô e minha irmã customizou algumas peças antigas que estavam sobrando. As clientes do ateliê ficaram loucas e começamos a produzir. Na época a Ellus 2nd Floor estava buscando novos designers e passamos a vender lá.

Qual o conceito?
Fluidez, dança. É uma mulher guerreira sem perder a criatividade. Mistura a minha personalidade com a da Gabi. Eu moro em São Paulo, sou divorciada e baladeira. Ela mora no interior é casada e mais tranqüila. Quando escolhemos o nome queríamos o de uma bailarina. Elegemos a Sallomeh do Oscar Wilde. Fiz a numerologia para definir a grafia. A nossa personagem tem dois "ll" e "h" no final. É mais boazinha que a dele.



O melhor de trabalhar com moda?
Se encontrar no trabalho. Estava no sangue. É muito gratificante ver uma mulher se sentindo bonita e sexy com uma roupa que fizemos.

E o pior?
Tudo. A matéria prima é cara. Encontrar mão de obra especializada é complicado. Conseguir ter o timing do mercado é um sacrifício para nós que somos uma empresa pequena. Apesar dos problemas nos preocupamos em dar oportunidades as pessoas que têm dificuldades em arrumar emprego, como senhoras mais velhas ou pessoas com deficiência. Temos dois ateliês: 1 em Florianópolis, outro em Atibaia. São 6 funcionários fixos e 25 colaboradores.



Se sua marca fosse convidada participaria da SPFW?
É um passo muito grande. Teríamos que nos estruturar melhor. Porém, gostaríamos de voltar a fazer desfiles. É o momento máximo para o estilista.

*A entrevista foi respondida somente pela Ana Carolina

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AMONSTRO

Helena Pimenta e Livia Torres

Cansadas de ver tanta sobra de malha, seda, moleton, tricoline, as estilistas Livia Torres e Helena Pimenta a frente da Amonstro chamaram a artista plástica Lalá Martinez Correa para criar peças com o que seria jogado fora. Assim surgiram os bichinhos de pano que antes eram brindes e agora são comercializados. No segundo semestre as criadoras colocam em prática a casa da Amonstro um mix de show room, ateliê e sala de estar das amigas e sócias.



Como a marca começou?
Lívia - Nós conhecemos na ultima semana de aula da Santa Marcelina. Nos tornamos melhores amigas e começamos a fazer camisetas e colocamos para vender na Ellus 2nd Floor. O pessoal da Luminosidade (empresa do Paulo Borges) chamou a gente para participar do Amni Hot Spot. O primeiro desfile foi também nossa primeira coleção.

Qual o conceito?
Helena - Nunca paramos para pensar. Gostamos de trabalhar com estampas. No começo nós mesmas fazíamos. Agora chamamos outras pessoas. É enriquecedor para o trabalho. Na última coleção chamamos um artista de Barcelona que conhecemos via internet. Ele nunca tinha estampado tecido. Foi bom para nós e para ele.



O melhor de trabalhar com moda?

Helena - Ter liberdade e se divertir. O trabalho precisa ser divertido, é uma condição que colocamos para quem trabalha com a gente.

E o pior?
Lívia- Vender. Não sabíamos como fazer. Estamos aprendendo na marra.

Se a marca fosse convidada participaria da SPFW?
Helena - Acho que aceitaríamos e depois a gente via o que fazer. Foi assim com o Amni Hot Spot.

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AMAPÔ

Carolina Gold e Pitty

Estreando na FWHouse Carolina Gold e Pitty criaram vestidos de festa para a coleção de inverno. De seda e com muitos babados a nova empreitada não trai o estilo Amapô que continua com viscocrepe, jeans, meia malha e moleton. Esse último o tecido favorito da duas.

Como a marca começou?
Pitty: Nos conhecemos na casa do Dudu Bertholini. Carol: Eu sou figurinista de publicidade. Pitty: Eu fazia faculdade e camisetas para a Banca de Camisetas. Carol: A Pitty é amiga da Aninha Strumpf da Garimpo Fuxique. Pitty: Começamos a trabalhar juntas como Amapô para a segunda coleção da Garimpo Fuxique.

Qual o conceito?
Carol: Misturamos cor e estampas. É uma roupa que mistura street e surf. Hoje ou você é infantil ou perua. Sentimos saudades de marcas como Pakalolo, Print Rip e Company que usamos bastante na nossa infância. Pitty: Eu tinha desejo de moda. Se meus pais fossem ao Rio e voltassem sem uma peça da Company não entravam em casa.



O melhor de trabalhar com moda?
Carol: Aparecer.Pitty: É. Aparecer.

E o pior?
Carol: Ter que criar coisas novas o tempo todo. Há também as dificuldades naturais do mercado, por exemplo, uma tecelagem não quer vender 10 metros de tecido, quer vender o rolo todo. A gente tem que lidar com isso. Outro ponto é que não se pode ser novo estilista o tempo por muito tempo. Tem muita marca nova no mercado. Tem que se agilizar.



Se sua marca fosse convidada participaria da SPFW?
Carol: Não sei. Pitty: É uma questão de responder se você querer virar gente grande ou não. Participar do SPFW é assumir um compromisso com um monte de gente e principalmente com nós mesmas. Carol: O ideal seria um novo formato. O Amni Hot Spot era legal, mas não dava muita visibilidade comercial. Algumas clientes que vieram aqui não sabiam do evento. Pitty: No momento estou satisfeita com o desfile que aconteceu em outubro e com a coleção de inverno.

Comentários

  1. Fantástico seu blog!!!
    Devidamente linkado no meu pra sempre olhar as novidades.

    Bjuxxx

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  2. Amei o FWHouse. Tinham umas peças muito legais! Beijos!

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  3. São Paulo, o quanto essa terra se fala por estes lados portugueses. A proposito: gosto muitissimo dos dois primeiros vestidos. *

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  4. adouro. hippie chic. amei a sallomeh. quero ver mais coisas. apego. pororoca. afoxó. muah!

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  5. Fiquei chateada por não ter arranjado nenhum tempinho pra ir à FWHouse.
    bjos, laurita

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