Diabo para se divertir

As peripécias da menina que acaba por acaso como assistente de Miranda Priestley (ou Anna Wintour editora da Vogue America) em o “O Diabo Veste Prada” encantam! A versão cinematográfica do best-seller de Lauren Weisberger, protagonizado por Anne Hathaway, é marcado por uma narrativa é rápida, cenas simples e objetivas, um figurino deslumbrante e uma Meryl Streep divina como Miranda Priestly e seus “That´s All”.

Por duas vezes o diretor David Frankel usou um recurso muito interessante para mostrar a passagem do tempo. Na primeira Miranda joga sua bolsa e seu casaco em cima da mesa da assistente por várias vezes, e cada vez aparece uma bolsa e um casaco diferente. Uma ótima vitrine. A segunda é quando a “nova Andy” caminha pelas ruas de Nova York e a cada passo seu figurino muda. Um melhor que o outro. Alguma editora tem que ter o faro de mercado e publicar um livro com fotos de todos os figurinos do filme.



Patrícia Field é realmente a rainha do figurino contemporâneo e de luxo. Os modelos de Andréa Sachs são quase todos Chanel. Em geral as peças que aparecem são clássicas em função do extenso tempo de duração da produção do filme. Clássico, mas não menos charmoso e criativo.

Livro X Filme


Há algumas mudanças da versão impressa para a visual. No filme os personagens que cercam Andy, são um pouco mais que figurantes, e no livro suas histórias têm um papel decisivo, inclusive no final que também foi alterado.

O diretor usou um recurso interessante de sintetizar trechos mais extensos em cenas bem curtinhas. O primeiro capítulo do livro, por exemplo, em que ela descreve um dia sua rotina em que ela tem que dirigir o carrão de Miranda, mesmo sem muita habilidade ao volante e levar o cachorro da chefe ao petshop.



A trilha sonora inclui "Jump" e "Vogue" da Madonna. Gisele Bünchen faz uma pontinha no filme.



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Sarau Filme Fashion



“Uma delícia”. O professor de história da moda João Braga definiu bem o filme “O Diabo Veste Prada” que foi exibido na manhã de segunda-feira no Centro de Convenções do campus universitário SENAC em Jurubatuba em São Paulo. O evento foi a maior edição do Sarau Filme Fashion, ciceroniano pela jornalista Alexandra Farah. A exibição do filme foi precedida pelo debate "O Papel Atual do Editor de Moda".

O auditório estava cheio, eram mais ou menos 500 pessoas que acordaram cedo para ver o primeiro grande filme de moda da década. Algumas meninas emocionadas falavam: “ai um Chanel”, quando a personagem principal Andrea Sachs entra em cena repaginada.

O debate contou com o historiador João Braga, a pesquisadora de moda Cristiane Mesquita, as editoras Erika Palomino e Daniela Facão, da Vogue Brasil e do estilista José Gayegos, professor do SENAC.

O historiador, que iniciou a conversa, comentou ainda que o mais interessante do filme foi a transformação de Andy e recomendou aos estudantes de moda presentes a respeitar seus princípios e definir seus objetivos no mundinho da moda.

Erika Palomino confessou ter se identificado com Miranda Priestly em alguns momentos por exigir muito de suas assistentes e anunciou a necessidade da contratação de uma nova candidata. O e-mail dela deve ter ficado cheio, porque a frase “várias pessoas dariam a vida por esse emprego”, repetida muitas vezes no filme, deve se aplicar também no caso de da editora da revista Key.

Daniela Falcão da Vogue contou um pouco sobre seu trabalho e falou sobre a dúvida que tinha de como se vestir quando começou a trabalhar com moda. A jornalista também falou que moda não pode ser vista como fato isolado e que hoje é muito fácil ser antenado. O importante é saber o que vai perdurar em meio a tantas informações e tendências.

A fala final foi de Gayegos que confessou ter achado a protagonista chata.

É correr no cinema para tirar suas conclusões próprias conclusões. A estréia é no dia 22/09 e o Moda pra ler recomenda, como diversão e para os fãs de moda.