“Capote” estréia na próxima semana no Brasil. O filme que conta a vida do escritor americano Truman Capote concorre a cinco categorias no Oscar: filme, diretor (Bennett Miller), ator (Philip Seymour Hoffman), atriz coadjuvante (Catherine Keener) e roteiro adaptado. A figurinista Kasia Walicka Maimone, indicada para o Prêmio do Sindicato não concorre a estatueta máxima do cinema.
A cinebiografia do autor de “A sangue frio” lembra que outro célebre livro dele foi relançado pela Companhia das Letras no final de 2005. “Breakfast at Tiffany’s” ou “Bonequinha de Luxo” foi livro que deu origem a película homônima eternizada pela linda (!) Audrey Hepburn
em seu pretinho givenchy básico. A adaptação para a telona não tem o mesmo desfecho da versão escrita. Confesso que vi o filme primeiro, contudo, o texto me pareceu igualmente empolgante.
A literatura foi um caminho natural para Truman Capote. Ele era jornalista e aos 21 anos encantou os literatos de Nova Iorque com o romance “Other voices, other rooms”, mas foi com “A sangue frio” que ele se consolidou como um dos expoentes do new jornalism. Ao lado de Gay Talese e Tom Wolfe ele escrevia suas reportagens com um viés literário se contrapondo ao jornalismo seco e direto que vigorava no EUA na década de 50. Capote faleceu em 1984. Era alcoólatra. Seu maior sucesso foi sua ruína. Deixarei que desvendem esse paradoxo vendo o filme. Segundo resenhas, é justamente essa parte da vida do escritor que o diretor Bennett Miller escolheu.
Graças a Capote pudemos ter Audrey Hepburn imortalizada na pele da desvairada Holly Golightly. De uma beleza delicada, a atriz foi a mulher mais elegante de todos os tempos. Mesmo sem o Givenchy ela continuaria honrando esse posto. Nasceu na Bélgica, foi bailarina em Londres, e sua magreza era decorrência de desnutrição que sofre durante a segunda guerra quando a Áustria, onde morava, foi invadida pelo nazistas. Foi dançando que se reergueu após a invasão nazista e engrenou na carreira de atriz. Foram mais de 30 filmes. Os emblemáticos: “Sabrina” (1954), “Cinderela em Paris” (1957), “Bonequinha de Luxo” (1961) e “My Fair Lady” (1964). A atriz morreu de câncer em 1993 aos 64 anos. Seu último filme foi em 1989, mesmo ano em que começou a gravar uma coleção de vídeos sobre plantas:“Gardens of the world with Audrey Hepburn”. Foi embaixadora da UNICEF e dedicou seus últimos anos de vida a visitas a paises da África.
A moda. Audrey lembra pretinho básico com colar de pérolas, óculos de aro preto, redondo, grande e piteira; lembra calça capri com camisa sapatilha e lencinho no pescoço, lembra o mesmo sapato com calça preta e malha de gola role. Audrey lembra Givenchy.
Além de figurinista dos mais célebres filmes da artista, Hubert Givenchy era também seu grande amigo. O encontro dos dois aconteceu em 1954, para vesti-la em “Sabrina”. Esse ano também foi marcado por sua coleção de prêt-à-porter feminino, a primeira do gênero. Há dois anos o criador abrira sua própria Maison. Antes disso ele trabalhou com Dior e com a estilista de influências surrealistas Elsa Schiaparelli, a italiana que faz sapatos, como Chanel gostava de dizer.
As criações do estilista eram luxuosas. Nos anos 50 seu trabalho foi marcado pelo volume nas roupas. Uma interpretação pessoal da tendência que Dior, seu mestre de outrora, lançou quando propôs o new look. A blusa Bettina é outra criação da época sua característica são os babados generosos nas mangas.
O eleito por Grace Kelly e Jackei O parou de desenhar em 1995, beirando os 70 anos. Sua marca faz parte do mesmo grupo da Louis Vouitton (LVMH) desde 1988. Após ter John Galiano e Alexander McQueen no comando, hoje o italiano Riccardo Tisci busca a renovação da maison, mas com o coração e os olhos nas criações do fundador. Certamente a estabanada Holly povoa a mente do designer.
Obrigada Truman Capote por criar uma personagem cuja versão cinematográfica representa a inigualável sintonia entre atriz e figurino.
***
Fotos de cima para baixo:
Truman Capote
Truman Capote, Audrey Hepburn e seu marido Mel Ferrer
Audrey Hepburn em "Bonequinha de Luxo"
Audrey Hepburn e Hubert Givenchy
A cinebiografia do autor de “A sangue frio” lembra que outro célebre livro dele foi relançado pela Companhia das Letras no final de 2005. “Breakfast at Tiffany’s” ou “Bonequinha de Luxo” foi livro que deu origem a película homônima eternizada pela linda (!) Audrey Hepburn
em seu pretinho givenchy básico. A adaptação para a telona não tem o mesmo desfecho da versão escrita. Confesso que vi o filme primeiro, contudo, o texto me pareceu igualmente empolgante.
A literatura foi um caminho natural para Truman Capote. Ele era jornalista e aos 21 anos encantou os literatos de Nova Iorque com o romance “Other voices, other rooms”, mas foi com “A sangue frio” que ele se consolidou como um dos expoentes do new jornalism. Ao lado de Gay Talese e Tom Wolfe ele escrevia suas reportagens com um viés literário se contrapondo ao jornalismo seco e direto que vigorava no EUA na década de 50. Capote faleceu em 1984. Era alcoólatra. Seu maior sucesso foi sua ruína. Deixarei que desvendem esse paradoxo vendo o filme. Segundo resenhas, é justamente essa parte da vida do escritor que o diretor Bennett Miller escolheu.
Graças a Capote pudemos ter Audrey Hepburn imortalizada na pele da desvairada Holly Golightly. De uma beleza delicada, a atriz foi a mulher mais elegante de todos os tempos. Mesmo sem o Givenchy ela continuaria honrando esse posto. Nasceu na Bélgica, foi bailarina em Londres, e sua magreza era decorrência de desnutrição que sofre durante a segunda guerra quando a Áustria, onde morava, foi invadida pelo nazistas. Foi dançando que se reergueu após a invasão nazista e engrenou na carreira de atriz. Foram mais de 30 filmes. Os emblemáticos: “Sabrina” (1954), “Cinderela em Paris” (1957), “Bonequinha de Luxo” (1961) e “My Fair Lady” (1964). A atriz morreu de câncer em 1993 aos 64 anos. Seu último filme foi em 1989, mesmo ano em que começou a gravar uma coleção de vídeos sobre plantas:“Gardens of the world with Audrey Hepburn”. Foi embaixadora da UNICEF e dedicou seus últimos anos de vida a visitas a paises da África.
A moda. Audrey lembra pretinho básico com colar de pérolas, óculos de aro preto, redondo, grande e piteira; lembra calça capri com camisa sapatilha e lencinho no pescoço, lembra o mesmo sapato com calça preta e malha de gola role. Audrey lembra Givenchy.
Além de figurinista dos mais célebres filmes da artista, Hubert Givenchy era também seu grande amigo. O encontro dos dois aconteceu em 1954, para vesti-la em “Sabrina”. Esse ano também foi marcado por sua coleção de prêt-à-porter feminino, a primeira do gênero. Há dois anos o criador abrira sua própria Maison. Antes disso ele trabalhou com Dior e com a estilista de influências surrealistas Elsa Schiaparelli, a italiana que faz sapatos, como Chanel gostava de dizer.
As criações do estilista eram luxuosas. Nos anos 50 seu trabalho foi marcado pelo volume nas roupas. Uma interpretação pessoal da tendência que Dior, seu mestre de outrora, lançou quando propôs o new look. A blusa Bettina é outra criação da época sua característica são os babados generosos nas mangas.
O eleito por Grace Kelly e Jackei O parou de desenhar em 1995, beirando os 70 anos. Sua marca faz parte do mesmo grupo da Louis Vouitton (LVMH) desde 1988. Após ter John Galiano e Alexander McQueen no comando, hoje o italiano Riccardo Tisci busca a renovação da maison, mas com o coração e os olhos nas criações do fundador. Certamente a estabanada Holly povoa a mente do designer.
Obrigada Truman Capote por criar uma personagem cuja versão cinematográfica representa a inigualável sintonia entre atriz e figurino.
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Fotos de cima para baixo:
Truman Capote
Truman Capote, Audrey Hepburn e seu marido Mel Ferrer
Audrey Hepburn em "Bonequinha de Luxo"
Audrey Hepburn e Hubert Givenchy
Gostei muito...Rosa
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