soletrando a fotografia

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Otto Stupakoff

O nome de gringo engana. Mesmo com tantas consoantes Otto Stupakoff era brasileiro, descendentes de russos, e com um olhar fotográfico universal. Um pouco da obra desse exímio artista pode ser vista em “Otto Stupakoff. Fotografias” até o dia 22 de novembro no Instituto Moreira Salles em São Paulo.



Ele se formou em fotografia na Califórnia, voltou ao Brasil trabalhou para a revista Manchete e em 1965 partiu para Nova York. Até tentou se estabelecer por aqui nos anos 80, mas como seu nome era mais forte no exterior voltou para a terra do Tio Sam. Voltou de vez justamente em 2005, ano que recebeu uma homenagem do durante o São Paulo Fashion Week, com a exposição “Moda sem fronteiras“.







No ano seguinte a editora Cosac Naify lançou o livro “Otto Stupakoff” que reúne algumas das fotos que podem ser vistas na exposição e abre com um belíssimo texto, do próprio Otto, escrito sem pontuação. E agora, o Instituto Moreira Salles, que possui o acervo do fotógrafo, lança “Sequências” que reúne mais imagens que a primeira publicação.





Estou ensaiando para escrever sobre Otto Stupakoff desde sua morte em abril desse ano. Confesso que até 2005 não conhecia seu trabalho e quando conheci passei a ser sua seguidora. Sua vida foi daquelas bem aproveitadas. Foi o primeiro fotógrafo brasileiro a fazer sucesso no exterior. E é considerado o primeiro fotógrafo de moda do Brasil.



Colegas de profissão renomadíssimos como Diane Arbus, Richard Avedon e Helmut Newton elogiavam seu trabalho. Fotografou para as grandes revista de moda como Vogue Paris e Harper´s Bazaar. Viajou o mundo, casou mais de uma vez e teve seis filhos. Fotografou celebridades como Jack Nicholson, Truman Capote e Grace Kelly. Ficou conhecido pelo seu trabalho na moda, mas gostava mesmo era de fotografar pessoas.

A foto de celebridade dele que mais gosto é essa do Tom Jobim. E o charme?

A Camila Yahn fez um texto ótimo na ocasião de sua morte. Ela conta um pouco mais de sua volta ao Brasil em 2005 e que ele não era uma pessoa fácil.



Contudo, o resultado dos retratos que fazia passa a impressão contrária. Os personagens parecem estar completamente a vontade sob suas lentes. Como se de uma conversa informal saísse um retrato de alguém entregue ao momento.


() acho impressionante o olhar das mulheres do oriente. Não sei se é a roupa em excesso. Elas fazem dos olhos sua grande fonte de comunicação.Vale a simbologia de janela da alma.

Suas fotos tem uma leveza. E ao mesmo tempo Otto nunca perdeu sua origem como fotojornalista. Sua fotografias são de uma verdade absoluta. Ele escolhia o enquadramento do cenário de forma tão precisa que a foto fica completamente legível. Suspiro.

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Aqui trabalhos que fez para Vogue RG depois de sua volta definitiva ao Brasil em 2005.
OBS: As montagens a seguir foram tiradas do blog dasBancas





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Campanha da Cavalera inverno 2007
Fonte: blog Cavalera





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outro texto bem didático sobre a importância de Otto Stupakoff assinado pelo fotógrafo Juan Esteves.


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Otto Stupakoff. Fotografias
Até 22 de novembro de 2009
Instituto Moreira Salles
Rua Piauí, 844, 1º andar, Higienópolis
Grátis

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