Diário de Bordo - terceira página: Viena

A capital da Áustria é a cidade mais imponente que já conheci. Suas megaconstruções históricas são tão belas quanto impressionantes. Fazia um frio que se acentuava com o vento forte. Nada que gorro, casacão, cachecol enrolado até o nariz, calça de veludo, muitas meias e bota forrada não resolvam.

O Natal é uma marca registrada da cidade. Em todos os bairros acontecem as feiras natalinas, onde são vendidos enfeites, pinheiros, brinquedos e comidas tradicionais. Os doces são inacreditáveis!

Nas ruas muitos casacos pretos. A H&M local já oferecia algumas peças em liquidação. Ganhei um flyer por lá. Meu conhecimento nulo em alemão me faz crer que se tratava de um desconto de 10 euros.

Pelas ruas de comércio o que chama atenção é a quantidade de lojas de chapéus e casacos. Caríssimos e lindíssimos. Pouco ousados, é verdade. Entrei em alguns lugares para observar. Quem comprar um exemplar hoje certamente fornecerá elemento para a história da moda do século XXI, tamanha a qualidade do feitio e do acabamento.

Em Viena é bem marcante a presença de tribos. A mais populosa delas é a dos punks, ou neo-punks. Há muitos inferninhos na cidade onde essa galera se reúne para ouvir rock. Os meninos usam moicanos, e meninas cabelos coloridos. A roupa é surrada, não rasgada, se não entra vento. Eles ocupam o espaço público. Andam de skate enquanto levam o cachorro para passear, estão no banco das praças emoldurados por algum prédio barroco, neoclássico (original) ou art-noveau.

Já entre os meninos vieneses uma mania certamente passageira é um gorro que apelidei de "curupira". O modelo é feito de uma malha de lã sintética justa que desce até as orelhas e no topo da cabeça surge uma tocha de pelos coloridos.




E impossível ir a Viena e não falar de Sissi. Ela e Mozart estampam boa parte dos souvenirs da cidade. A imperatriz, imortalizada pela atriz Romy Schneider na trilogia cinematográfica.

Seu nome era Elisabeth (em Portugal e na Espanha eles traduzem para Isabel) e aos 15 anos casou-se com Francisco José. Sissi não teve uma vida holywoodiana. Deu a luz a quatro filhos. Perdeu uma das filhas com 2 anos e o único filho homem cometeu suicidio aos 31 anos. Era vaidosissima e chegou a sofrer de anorexia. Odiava ser casada e pouco ficava com seu marido. Foi assassinada por um anarquista italiano quando tinha 60 anos. No Palácio de Hofburg há o museu com objetos pessoais da rainha, incluindo suas jóias.

a boneca Sissi

ah!
Francisco José foi o último imperador da longeva Dinastia dos Habsburgos. Ele seria sucedido por seu sobrinho, Francisco Fernando. Contudo, ex-futuro imperador foi assassinado e sua morte desencadeou a primeira guerra mundial. O nome original de Francisco Fernando é Franz Ferdinand, não por acaso o nome da banda inglesa.

ah! 2
A Áustria é a terra das luxuosas meias Wolford. E no blog Mundo das Marcas tem um ótimo histórico da grife.