Moda pra Ler recomenda: Gianni Ratto


Se o evento aí em baixo é longe, esse que indico agora é oportunidade para todos que estão em São Paulo, gostam de moda e principalmente de figurino.

Fica em cartaz até o dia 23 de setembro na Galeria da Caixa Econômica da Paulista a exposição “Gianni Ratto, o artesão do Teatro”. A exposição 400 trabalhos, entre os desenhos de cenários, fotos e roupas.

Diretor, figurinista e cenógrafo, a carreira de Gianni Ratto foi dividida entre o Brasil e a Itália. Por aqui ele ajudou a construir o teatro moderno brasileiro.

Para entender melhor a importância dele, colo abaixo um texto retirado do site “Vestindo os Nus”, versão para Internet do livro de Rosane Muniz sobre figurino de teatro no Brasil.

Diretor, cenógrafo, figurinista, autor, tradutor, pesquisador, fundador de grupos e teatros brasileiros, professor de atores e cenógrafos em universidades de diversos estados, Gianni Ratto chegou ao Brasil em 1954, convidado pela atriz Maria Della Costa, e por aqui ficou. Nascido na Itália, lá realizou inúmeros e bem-sucedidos trabalhos em todos os setores do espetáculo, da dramaturgia à música, com nomes como Giorgio Strehler, Stravinski, Mitropoulos, entre outros. Formado em artes plásticas, em Gênova, e arquitetura, em Milão, foi cenógrafo oficial do Teatro Piccolo durante sete anos e vice-diretor técnico e cenógrafo do Teatro Scala por quatro anos, além de ter trabalhado em montagens teatrais e de óperas em vários países.

Sua importância para o teatro nacional é histórica e ajuda a marcar a fase de profissionalização do teatro brasileiro com a criação do TBC. Tornam-se dispensáveis maiores apresentações deste mestre teatral que, apesar da complexidade de seu currículo, não vê o teatro como mais que “uma tábua com um ator em cima”.

Mesmo com a simplicidade usada na definição, Gianni Ratto considera importantes todos os elementos cênicos e sabe que o maior problema é conseguir deixar um espetáculo coeso. E, ainda que considerando o figurino uma conseqüência, não deixa de pensá-lo como indispensável, já que é “a pele de uma personagem que ainda não existia como escritura teatral, mas somente dentro do pensamento do autor, e que foi transferido pelo teatro para o palco”.

Não faltaram conhecimento e erudição teatral nessa boa conversa sonorizada por cantos de passarinhos oriundos do jardim de inverno de sua casa. Suas divagações e lembranças acerca da temática da indumentária são um verdadeiro documento para uma arte que, segundo Gianni, deveria ter “em lugar da mediocridade, o pensamento voltado para a medialidade: o plano médio no qual todos se encontram”.


Quem se interessou pela obra de Ratto e quer se mais informações pode procurar o documentário “A Mochila do Mascate” da diretora Gabriela Greeb, filmado dois anos antes da morte do cenógrafo, que aconteceu em 2006.

"Gianni Ratto, O artesão da forma"
Av. Paulista, 2083 (Conjunto Nacional)
Terça a sábado, 9h às 21h
Domingo, 10 às 21h.
Grátis

Comentários

  1. Laurita, ótima dica!!! Vou lá ver... Valeu!!! Bjoooo

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  2. oba, vou lá! assisti uma peça dirigida por ele, anos atrás e achei estupenda! ele era um deus do teatro!

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