Bertin, a injustiçada




No post aí em baixo citei que Alceu Penna foi quase ignorado na biografia de Carmen Miranda. O fato me lembrou outra história de vida trazida a tona recentemente, cuja a personagem ganhou o mérito de seu bem vestir sozinha, apesar da história não ser bem assim.

Maria Antonieta tinha uma ministra da moda. Ela chamava Rose Bertin e foi deixada de lado na cinebiografia de Sofia Copolla. O cabeleireiro pessoal da rainha, Leonard, aparece no filme montando aqueles penteados de muitos centímetros de altura.

Mme Bertin é considerada a primeira criadora de moda, ela não assinava os vestidos, como será Charles Worth no século seguinte. Abriu uma loja em 1770 e logo caiu no gosto dos habitantes de Versailles e não tardou para conquistar a rainha.

Bertin, mandava dois vestidos por semana para rainha. Uma roupa feita por ela custava 20 vezes mais do que o salário anual de um alfaiate de Paris. Além de fazer seus vestidos Bertin também fazia o aconselhamento de vestuário à rainha. O historiador João Braga considera Bertin a primeira consultora de imagem da história.

Na ocasião da revolução ela se mudou para Londres e em seguida transferiu seus negócios para seu sobrinhos. Morreu em Paris em 1813.

Assim, tanto o estilo arrojado do castelo, quanto estilo bucólico adotado durante a sua estada na residência do campo tiveram o dedo de Bertin.

***

Curiosidade: O filme não mostrou, (claro, se não perderia seu glamour) que para ficar daquele tamanho o cabeleireiro colocava uma pasta de amido. Material orgânico unido à falta de higiene da época resultava em alguns bichinhos asqueirosos querendo se alimentar nas cabeleiras alheias. Não era difícil, portanto, ver um membro da nobreza (os homens também arrumavam o cabelo nessa época) dormindo com uma cabeça dentro de uma gaiola para não deixar os ratos da corte entrarem.Eca!

Comentários

  1. e os saquinhos de sangue de boi debaixo das armações das saias pra não deixar as pulgas incomodarem tanto? rsrsrs

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  2. Saiu um livro sobre a história da higiene (ou da falta dela) que conta essas histórias de beleza e luxo sobre uma camada de sujeira e mau cheiro. É ver..para não invejarmos o passado absolutista. Viva a república e a razão.

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