sem diferença de classes



O longa-metragem “O Céu de Suely” e a mini-série “Antonia” exibida pela Rede Globo têm grandes semelhanças no figurino.

Ambas mostram as mulheres com roupas decotadas, curtas e/ou justas, plataformas e brincos grandões, em geral argolas e as blusas com decote nadador nas costas, ou mais cavadas na frente e as alças do sutiã aparecendo.

Nas visitas a álbuns de fotos alheios no orkut e na observação das pessoas nas ruas (nos transportes coletivos é especialmente divertido) percebo que esse tipo de roupa não é exclusividade das mulheres da periferia. As classes ditas A e B também compartilham das mesmas combinações de roupas.

Arrisco dizer que o figurino recorrente da brasileira na hora do lazer ou da balada é: calça jeans ajustada, blusa (em geral preta) bem decotada, argolas grandes na orelhas, cabelo longo e liso (em geral com chapinha) e sandália ou bota de plataforma.

Esse padrão de sensualidade e beleza tem várias influências: clima quente, a mídia estimulando a necessidade do corpo perfeito, a sociedade machista, etc. Contudo, reparo que por seguir esses critérios a brasileira não ousa nas combinações e acontece uma mesmice na moda, além de gerar egos frustrados (outra discussão longa).

Os novos estilistas e a profissionalização do setor já começaram a mudar essa situação, mas, por enquanto, o jeito é agüentar a viscolycra da 25 de Março a Oscar Freire.

Não tenho pretensão, nem quero fazer críticas ou dar rótulos, mas fica aqui a observação e a proposta para reflexão. O que os leitores acham?

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Imagem: divulgação

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